domingo, 17 de março de 2013

GE 5200 e GE 4400



Aproveitando o lançamento da GE 5200 em miniatura, pela Frateschi, vou falar sobre elas e sobre suas “primas” que trabalharam na Central do Brasil e posteriormente na Santos-Jundiaí.

GE 5200 “Vandeca”:



Construídas entre 1967 e 1968, as GE 5200 foram as primeiras locomotivas fabricadas no Brasil. Fabricadas num total de 10 unidades, representavam “novos tempos para o panorama ferroviário nacional” (o que infelizmente não ocorreu, pelo contrário...).



Apelidadas de “Vandeca”, em homenagem à cantora Vanderléia, da Jovem Guarda, foram as últimas locomotivas elétricas adquiridas pela Companhia Paulista, quando esta já estava sobre controle do Estado de SP (tanto que em 1971, cerca de 4 anos depois, foi criada a FEPASA).



Apesar de serem anunciadas como tendo 5200hp de potência, o que inclusive o nome do modelo sugere, elas geravam em torno de 4400hp, não conseguindo superar em potência a Russa. Foram utilizadas para todo o tipo de trens, embora a maioria das fotos as mostre puxando composições de passageiros.



No final da FEPASA, e na iminência do fim da tração elétrica, ainda houveram experimentos com a aplicação da tração múltipla nessas máquinas, que chegaram a operar em triplex, puxando trens de combustíveis, como uma forma de mostrar que a tração elétrica ainda era versátil, porém isso não foi o suficiente para salvar tanto as Vandecas quanto essa forma de tração, e todas foram desmobilizadas nos anos 90, assim como todas as outras locomotivas elétricas da FEPASA, e aguardam no pátio de Triagem Paulista seu inglório fim: o maçarico...


GE 4400 “Carioquinha/Charutão”:



Compradas pela Central do Brasil em 1962, elas vieram dos EUA, num total de 6 máquinas, para reforçarem o parque de tração da EFCB. Eram utilizadas principalmente para puxar os trens de carvão para a CSN, operando em duplas, ou mais raramente, em trio.



Tais máquinas tinham, assim como as Siemens compradas alguns anos antes, a vantagem de ter todo seu peso aderente, o que era o ponto fraco das Escandalosas, portanto tiveram resultados bem mais satisfatórios nas pesadas rampas da Serra do Mar.



Seu desenho era bem peculiar em relação às outras locomotivas elétricas, assemelhando-se muito ao das locomotivas à diesel, com o corpo estreito - o que lhes rendeu o apelido de “Charutão” no Rio de Janeiro – e apenas uma cabine (evidentemente soluções para simplificar a máquina e barateá-la). Mecanicamente, eram muito semelhantes às “Vandecas”, que surgiriam alguns anos depois, gerando os mesmos 4400hp, sendo que a semelhança mais visível entre elas eram os truques (conjuntos de rodas), idênticos em ambos os modelos.



Operaram no RJ até 1984, tendo sido as últimas locomotivas elétricas a operarem na EFCB... de lá, foram para a Santos-Jundiaí, onde já estavam as Escandalosas e as Siemens “pão-de-forma” , e lá operaram com todo o tipo de trens, inclusive de passageiros da FEPASA. Trabalharam lá até 1996, quando a RFFSA foi privatizada, e a tração elétrica foi suprimida, tendo sido todas elas encostadas, assim como as demais locomotivas da EFSJ... nenhuma delas foi preservada, e todas já foram picotadas há anos, portanto, só resistem em algumas raras fotos, e na lembrança de quem as viu...

Um comentário:

  1. O fim da tracao eletrica em trens de carga em corrente continua no Brasil e no mundo deu-se por varios motivos,o custo da infra-estrutura para tal,o rendimento energetico em cc e mais baixo que em corrente alternada,e com o fim do "milagre Brasileiro" e a suposta abundancia de energia eletrica trouxe o fim do subsidio da energia as ferrovias e algum tempo depois o racionamento,pondo fim ao mito da auto suficiencia das hidreletricas.Mais um sonho que acabou entre tantos da nossa historia...

    ResponderExcluir